Há muito tempo um lavrador comprou um saco de sementes. Não sabia de que árvore era e nem ao menos se era realmente de uma árvore. Decidiu comprar com a única moeda que tinha.
E aquele era seu único dinheiro para todo o inverno.
Mesmo assim, resolveu apostar.
Certo dia, enquanto sua planta ainda crescia, seu vizinho, que tinha inveja da sua fazenda, disse: “Essa aí é uma erva daninha, que há de danificar todas as plantas boas que você tem.”
Entretanto, o lavrador não deu ouvidos e manteve-se cuidando de sua árvore.
Outra vez, um lavrador de terras distantes que por qualquer motivo se irava disse: “Essa é uma árvore que vai bloquear o crescimento das outras raízes e deixar sua terra infértil.”
Ainda assim o lavrador não se abalou e continuou a cuidar de sua planta que já estava bem maior.
Tempos difíceis vieram e o lavrador e sua família tinham apenas o necessário para comer e se manter vivos. E ele não desistiu de sua planta.
O frio do inverno veio e trouxe as geadas, mas apesar de tudo o lavrador não cortou a árvore para fazer lenha e se aquecer.
Muitos meses depois, a árvore mostrou sua primeira flor. Que alegria!
Maior não devia haver no mundo!
Olhares invejosos, descrentes e irados vinham de todas as partes, mas nada abalava a arvorezinha e seu lavrador.
Então, o primeiro fruto!
Uma pequena maçã brotava em um galho alto.
Ela era linda, vermelha, brilhante!
E aquela noite foi de festa e lágrimas de felicidade.
Dia após dia, semana após semana, mês após mês, a macieira dava frutos, sem nem cessar.
O lavrador colhia o necessário para sobreviver e o restante vendia, aumentando sua fazenda, suas criações e melhorando sua vida. Não mais passava fome, não mais sentia frio.
Assim deve ser nossa fé: uma semente plantada que deve ser cultivada. Se vai dar frutos? Não sabemos. Quando? Não temos previsão. Mas ainda assim queremos mantê-la. Muitos virão dizer para desistirmos, para não seguirmos em frente, que não haverá resultado nem recompensa. Mas só nós, cheios de fé, sabemos o que cultivamos e com isso, temos a certeza do que vamos colher.
“Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.”
Santo Agostinho
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